terça-feira, maio 24, 2011

Hábitos de flanador


A chuva varria a rua de maneira inexorável.

Dentro do carro - oh, mais um automóvel a poluir a cidade, agora vazia... - um outro vazio de corredor.

Meus olhos quase a pular da órbita, tentando ver o impossível. Só os pingos grossos e insistentes
pareciam conter alguma realidade.

Fujo do passado engessado e não tenho onde ir. Estou só, em silêncio, entre pontes e rios.

Almejo apenas uma sombra, uma rede e uma leve brisa a remexer os meus cabelos
como um afago altruísta de algum flanêur.

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